DE MIM PARA TI (Tarde)
TARDE
Vi-te, e fiquei pensando na ventura
de quem um dia te há-de desposar,
e na horrível e trágica tortura
de quem te vê sem te poder amar.
Quando, ao vir da manhã, sais e te perdes
da aldeia pelos humidos caminhos,
á luz que brota dos teus olhos verdes
emudecem, de encanto, os passarinhos.
De quem herdaste o busto de Rainha?
Quem sabe se seria tua mãe
aquela meiga e pálida Joaninha
do Vale de Santarém.
Para que foi que te encontrei na estrada
da minha vida tortuosa e má?
Desponta para ti a madrugada,
e eu vejo o poente no horizonte já !
E nem calculas a amargura infinda
que me avassala o intimo do ser,
ao ver que te encontrei, oh Sempre-Linda,
cedo de mais p'ara não te amar ainda,
tarde de mais p'ara t'o poder dizer !
Campos Monteiro
Vi-te, e fiquei pensando na ventura
de quem um dia te há-de desposar,
e na horrível e trágica tortura
de quem te vê sem te poder amar.
Quando, ao vir da manhã, sais e te perdes
da aldeia pelos humidos caminhos,
á luz que brota dos teus olhos verdes
emudecem, de encanto, os passarinhos.
De quem herdaste o busto de Rainha?
Quem sabe se seria tua mãe
aquela meiga e pálida Joaninha
do Vale de Santarém.
Para que foi que te encontrei na estrada
da minha vida tortuosa e má?
Desponta para ti a madrugada,
e eu vejo o poente no horizonte já !
E nem calculas a amargura infinda
que me avassala o intimo do ser,
ao ver que te encontrei, oh Sempre-Linda,
cedo de mais p'ara não te amar ainda,
tarde de mais p'ara t'o poder dizer !
Campos Monteiro
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