PALAVRAS PARA TI

domingo, 1 de outubro de 2006

Para ti, . . . FORMOSA


Entrei mui de mansinho n'alcova perfumada
A lâmpada, suspensa, vestia docemente
Uma luz opalina que ardendo frouxamente
Dava àquela mansão os tons d'uma alvorada.

Corri do leito ebúrneo a tel'adamascada:
Teu rosto, meu amor, pousava levemente
Qual pérola perdida na onda refulgente
Do teu cabelo louro: riquíssima almofada.

No jaspe do teu seio dei um beijo sem fim,
Fizeste de teus braços um colar de marfim
Em torno do meu pescoço, minha formosa amada.

Já cantavam as aves nos castanhais vizinhos !
Já despontara o sol ! Ainda entre carinhos
Eu te beijava o colo e lábios de granada !

Eusébio Simão